“Não busco
n'esta vida glória ou fama:
Das turbas
que me importa o vão ruído?
Hoje,
deus... e amanhã, já esquecido
Como esquece
o clarão de extinta chama!
Foco
incerto, que a luz já mal derrama,
Tal é essa
ventura: eco perdido,
Quanto mais
se chamou, mais escondido
Ficou inerte
e mudo à voz que o chama.
D'essa coroa
é cada flor um engano,
É miragem em
nuvem ilusória,
É mote vão
de fabuloso arcano.
Mas coroa-me
tu: na fronte inglória
Cinge-me tu
o louro soberano...
Verás, verás
então se amo essa glória!”
Antero de Quental
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