“Bóiam leves
desatentos,
Meus
pensamentos de mágoa,
Como, no sono
dos ventos,
As algas,
cabelos lentos
Do corpo morto
das aguas.
Bóiam como
folhas mortas
Á tona de águas
paradas
São coisas
vestindo nadas,
Pós remoinhando
nas portas
Das casas
abandonadas.
Sono de ser,
sem remédio,
Vestígio do que
não foi,
Leve magoa,
breve tédio,
Não se pára, se
flui;
Não se existe
ou se doí.”
Fernando
Pessoa